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quarta-feira, 20 de março de 2013

Calgary é o melhor lugar para se viver no Canadá em 2013


Calgary ranked top Canadian city in which to live

Hoje foi divulgado que Calgary foi eleita a melhor cidade para se viver e para criar filhos no Canadá em 2013. A matéria com o título "Calgary ranked top Canadian city in which to live" informa que a cidade foi avaliada junto com outras 200 em todo o Canadá.
 
Segundo a MoneySense magazine, a avaliação levou em consideração uma série de fatores que pudessem expressar, o que a revista de chamou de "qualidade de vida global". Entre eles estavam:
  • Emprego e renda - Ainda segundo a revista, a satisfação da maioria das pessoas em uma cidade é maior quando se têm emprego e altos salários e além possibilidade de se obter um novo emprego, se assim o desejarem; 
  • Habitação - Foi dada altas pontuações para as cidades onde os preços dos imóveis são acessíveis quando comparados com os salários locais. O tempo para se adquirir seu imóvel também foi considerado; 
  • Clima - A quatidade de dias de sol, sem precipitação e com temperaturas acima de zero;
  • Criminalidade - E crimiladidade aqui é piada comparado aos índices registrados no Brasil;
  • Assistência Médica - Foi observado o acesso a bons hospitais e o números de profissionais de saúde com relação a população; 
  • Atividades culturais e esportivas - A participação em atividades culturais acrescenta riqueza para as nossas vidas, portanto, a revista considerou esta questão dando pontos para comunidades com elevado número de pessoas que trabalham nas artes ou esportes. Também foram consideradas questões como número de salas de cinemas e teatros - proporcional à população;
  • Acesso a aeroporto; 
  • Impostos - Há diferença na carga tributária de cada provincia e, todo brasileiro sabe muito bem o quanto os impostos impactam na orçamento pessoal e, consequentemente, na qualidade de vida.
Se quiser saber de todos os fatores envolvidos na avaliação ou saber mais sobre o assunto, leia direto no site da revista.

Vejam abaixo alguns rankings que foram divulgados pela MoneySense:
 
As Top 10 para se viver entre as grandes cidades
  1. Calgary;
  2. Ottawa;
  3. Edmonton;
  4. London;
  5. Winnipeg;
  6. Halifax;
  7. Toronto;
  8. Mississauga;
  9. Québec;
  10. Vancouver.
 As Top 10 para se criar filhos
  1. Calgary;
  2. Blainville;
  3. St. Albert;
  4. Strathcona Country;
  5. Lévis;
  6. Boucherville;
  7. Terrebonne;
  8. Repentigny;
  9. Gatineau;
  10. Lacombe.
 As Top 10 para novos imigrantes
  1. Burlington;
  2. Vaughan;
  3. Calgary;
  4. Richmond Hill;
  5. Toronto;
  6. Oakville;
  7. West Vancouver;
  8. Saanich;
  9. Markham;
  10. Vancouver.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Dois meses de Canadá

Pois é! Hoje fazem, exatos, dois meses que chegamos aqui e o saldo é muito positivo. Nestes dois meses já conseguimos:

  • Alugamos casa como queríamos - três quartos, 2 1/2 banheiros, excelente localização, bem espaçosa, garagem coberta com porta direto para dentro de casa - faz uma diferença enorme neste inverno daqui, ainda mais quando se tem crianças - e dentro do budget fechado no Brasil;
DODGE CARAVAN
  • Compramos nosso carro, também como queríamos. Uma van de 7 lugares bem espaçosa e confortável. Tudo bem que somos quatro, mas esperamos sempre ter visitas de amigos e parentes. Além do mais, espaço no carro quando se tem criança nunca é demais, rs;
  • Montamos nossa casa toda! Movéis, eletrodomésticos, utensílios e acessórios de cozinha, roupa de cama, mesa e banho e tudo mais que vocês possam imaginar, já que não trouxemos praticamente nada do Brasil;
  • Abrimos conta em banco local - Scotiabank.  Na verdade, já tínhamos uma conta no HSBC daqui desde o ano passado - abrimos ainda no Brasil - mas passamos um "perrengue danado" com else ao trazer dinheiro para cá, por isso resolvemos ter conta em outro banco. Além do mais, precisamos fazer nosso histórico financeiro aqui então resolvemos movimentar duas contas em bancos distintos até sabermos, exatamente, qual nos oferece melhores serviços/condições;
  • Fizemos e já recebemos os cartões de crédito dos dois bancos com bandeiras de administradoras distantas. Apesar de termos aberto a conta no HSBC no ano passado, o cartão de crédito só poderia ser enviado para nosso endereço canadense que, evidentemente, não tínhamos. Importante observar que no Scotiabank, conseguimos ampliar o limite mínimo inicial multiplicando por cinco fazendo um depósito que fica bloqueado até a administradora perceber que somos bons pagadores - de seis meses a um ano - e no HSBC conseguimos transferir nosso histórico de crédito, então nosso cartão já veio com um limite bem razoável;
  • Fizemos quase todos os documentos que precisavamos e já estamos com o cartão do SIN number (espécie de CPF), com o cartão do PR (Permanent Residence) e cartão do sistema de saúde (Alberta Personal Health Card) de toda a família. Falta apenas as drivers licenses, mas para quem acompanha o blog sabe que já estão sendo providenciadas;



  • Os meninos devidamente registrados e frequentando escola. Théo está na West Dalhousie  School e Tom esta na Edgemont Childcare Center e ambos gostando mais a cada dia;
  • Todos já estamos cadastrados e usando a biblioteca, que é fantástica!
  • Já nos filiamos no centro comunitário de nosso bairro - Dalhousie - e Théo já está matriculado para a temporada de futebol, ou melhor, de soccer, rs;
  • Tudo encaminhado para que eu comece o curso de inglês patrocinado pelo governo no inicio de abril. Tenho me virado bem, mas preciso evoluir logo meu inglês já que quero começar a procurar um start job em minha área no segundo semestre deste ano. Por enquanto, estou trabalhando para o Brasil, conduzindo alguns projetos que não puderam ser encerrados no fim do ano passado;
  • Ju já esteve com alguns mentalships e com isso melhorou na elaboração do seu currículo para o que eles querem aqui. Já esta fazendo entrevistas e penso que até o final deste mês deve estar trabalhando;
Claro que durante estes dois meses tiveram as "crises de humor" de todos nós, as reclamações quanto ao frio - putz! como é frio... - e a saudade de todos que deixamos no Brasil que, vez ou outra, aperta o nosso peito. Entretanto, nem por um segundo, pensamos que não queríamos estar aqui. 

Certamente esta foi a escolha mais díficil que já fizemos na vida, mas a cada dia que passa fica evidente que fizemos a escolha certa.


sexta-feira, 15 de março de 2013

Drives License - Part 1


Comecei a estudar para tirar minha carteira de habilitação aqui de Alberta há uns 15 dias. Baixei o livro por aqui http://transportation.alberta.ca/content/docType45/Production/DriversGuideFINALWeb.pdf.
O processo é feito em duas etapas: 
1) Você tem que passar em uma prova teórica, tal como acontece no Brasil; 
2) Você tem que passar no Road Test.

Fiz ontem minha primeira etapa. O teste é feito em uma espécie de cartório. São 30 questões de múltipla escollha e você tem que acertar 25. A medida que você vai respondendo, o sistema vai corrigindo sua resposta - questão a questão -  deixando sempre visível seu score acumulado e a quantidade de questões que falta responder. Além disto, ele lhe permite pular a questão que você está em dúvida para fazer no final. Essa foi minha estratégia! Respondi 22 questões e acertei todas, deixando 8 que estava com alguma dúvida - seja de compreensão mesmo, seja de saber qual a resposta - para o final. Com isso, já sabia que das 8 que faltava bastava acertar apenas mais 3. Acertei as duas primeiras e errei a terceira. O pior, é que errei meio que sabendo que ia errar. Sabe quando você acha que uma coisa é certa, mas você acha que está errado? Pois é, foi o caso! Na correção o sistema mostrou que a questão que achava que era a certa era, de fato, a certa, rs. Bom... "sem problemas! Só preciso acertar mais uma de cinco" (pensei), apesar das cinco questões serem questões que não estava seguro. Acertei a quarta e, imediatamente, o sistema lhe parabeniza e solicita que você chame atendente. 

Na sequência, você faz lá mesmo o teste de vista e tira sua foto digital - tudo com a pessoa que lhe atendeu desde o ínicio. Sem problemas! Dirijo-me  novamente para o guichê com ela e entrego toda a documentação solicitada: comprovante de endereço, dois documentos de identificação para tirarem cópias (neste caso foi o meu PR e o meu Alberta Person Health Card), a original da minha carteira de habilitação do Brasil com a respectiva tradução. Depois disto, assino um documento que os autorizo a consultarem e meio que transferirem meu histórico de direção do Brasil para cá - Este processo dura, pelo menos, duas semanas. Isso é importantíssimo para que eu tenha o tipo de carteira full - sem qualquer restrição. 

Uma consequência não muito boa disto é que, quando assino o tal documento, eu também declino da minha carteira de habilitação do Brasil. Eles ficam com ela e não me devolvem mais, já que é ilegal você portar duas carteiras de habilitação. Isso acontece, por que após o teste teórico eu já saio com uma carteria de habilitação temporária de aprendiz - São três tipos de habilitação: Stage 1 - Leaner; Stage 2 - GDL (Graduated Driver Licensing) Probationary; Stage 3 - Full, non GDL - que me permite dirigir por aqui sob supervisão de uma pessoa habilitado full, no caso, Juliana (pelo menos até a carteira dela do Brasil ter validade, ou seja, 20/04) com algumas restrições de horário. .

Assim que eles tiverem o retorno sobre o meu histórico no Brasil, entram em contato e marcamos o teste de rua. Outra pedreira! Todo mundo que conheci aqui em Calgary, perdeu pelo menos uma vez. Espero passar direto, caso contrário, provavelmente teremos que deixar o carro na garagem.

Bom, mas isso eu conto depois.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Vídeos destas últimas semanas

Our 1st Snowstorm


A caminho da escola de Théo




Notícias de um dia frio


Mais um dia de frio

A gente nem se dá conta de como o tempo passa.  Amanhã faz um mês desde a última atualização do blog e tanta coisa aconteceu que não dá nem para contar.  Os meninos chegaram do Brasil com meus pais.  Estes já foram embora, antecipando em duas semanas a partida.  Crianças em escola e creche.  Mamãe começando a procurar emprego e marido aguardando o curso de inglês full time para o qual foi indicado pelo governo canadense (e de graça, yupii!!).

Hoje, pela primeira vez, me sobrou um pouco de tempo antes de levar os meninos para a escola.  Precisamos sempre de um tempo extra para colocar casaco, meias, luvas e botas, em si mesmo e nas crianças, ainda totalmente desacostumadas a se vestirem que nem cebola.  Mas hoje, por incrível que possa parecer, Théo ficou navegando em seu computador, Tom assistindo Dora e eu matando o tempo.  Isso significa, a meu ver, que com o tempo, ao que parece, tudo vai ficando menos difícil.  Assim espero.

Deixando Théo na escola. Como sempre, não quer tirar foto
As coisas aqui estão bem.  Já temos o que se pode falar uma rotina que, por enquanto (que o inverno insiste em deixar quase que exclusivamente indoors). Os meninos não dão mais trabalho para ir pra escola.  Théo gosta, chega animado e vai para a sala sem nenhum problema. Às vezes, apenas em dias de muito frio como hoje, se amarra para sair do carro e ficar os longos cinco ou dez minutos 'brincando' na área externa da escola, até bater o sino e todos entrarem. Para desespero da mãe tropical aqui, me disse que brinca na neve todos os dias no intervalo.  Sempre penso na tal da gripe, e no que minha avó falava que 'menino não pode ficar molhado senão pega uma pneumonia'.  Afinal, a neve derrete e deixa a perna do pequeno toda molhada, né?  Claro que eles levam roupa própria para esses momentos.  Mas o meu filho, teimoso que é, não vai se dar ao trabalho de vestir aquele macacão de nylon antes de sair.

Na hora do intervalo Théo tem acompanhamento com a professora de ESL (english as a second language), juntamente com um amigo chinês (que ele diz, todo orgulhoso, MEU AMIGO) e que teima em não lembrar o nome.  São muitos estrangeiros.  A própria professora de ESL, que pelo nome árabe, (Mrs. Visham), não é canadense.  A vice diretora é grega.  Todos devidamente incluídos na sociedade, aceitos e parte deste país multicultural.

Ele já está bem mais confortável com o idioma e, para minha surpresa, diz que já consegue entender o que as pessoas falam.  Tá no momento de completo input.  A produção em inglês, acredito, demore mais uns dois meses. Embora ainda não se comunique no inglês, adora pegar palavras que já conhece e montar frases estilo Juruna (sem verbo).  tipo: dad, can I apple please? or can I banana please? É de morrer de rir! Perguntou esses dias o que era welcome - se significava 'de nada', pois quando ele diz thank you respondem: you are welcome.

Tom chegando no daycare.
Tom anda uma figuraça como sempre.  Tirando a adaptação na creche, que está um pouco difícil, tem se  comportado bem.  Andou dando trabalho para dormir no quarto dele, querendo ficar o mais grudado possível  com nós dois, mas já melhorou. Dizia muito, mais de duas vezes por semana, que 'papai e mamãe iam viajar e ele ia ficar com vovó'.  Ainda tá com a lembrança das três semanas que ficou sem a gente bastante nítida, e isso é de cortar o coração.  Já disse algumas vezes que agora ele só vai viajar de avião com a gente e, ao menos por um tempo, isso parece tranquilizá-lo. 

Ainda estou sem trabalhar, e sem nenhuma possibilidade concreta para curto prazo.  Mandando currículos, fuçando sites, participando de workshops.  Mas, ao que parece, a forma mais efetiva é por indicação de amigos empregados.  Como meu network não é tão extenso assim, tenho que me virar como posso, confiando, também, na sorte e no meu anjo da guarda.  Estive fazendo walk-ins (visita sem marcar horário) em umas agências de emprego e, de uma delas, ouvi da profissional que a tal da experiência canadense, ainda que seja como voluntariado, é imprescindível para quem está contratando.  Caso contrário, tudo fica bem mais difícil.  Pensando pelo viés do empregador, é super compreensível.  Afinal, ainda não sou ninguém aqui, não tenho uma referência, ninguém me conhece.  Mas pensando pelo meu prisma, o que eu faço meu Deus???

Estou atirando para todos os lados.  Amanhã tenho um horário marcado com uma pessoa do governo que, ao que parece, tem como função ajudar os imigrantes a se reinserirem na sociedade.  Se eu fico um pouco ansiosa e apressada, por outro lado penso que talvez eu não seja a maior interessada em um emprego. Nós, imigrantes, custamos muito para o país, com os benefícios e tal, sem falar com o fato de que não pagamos impostos ou produzimos renda quando parados.  Então, para o Canadá é melhor nos ver trabalhando, não?  Depois desse appointment, dependendo do rumo das coisas, talvez considere a possibilidade de procurar um emprego meio período em rede de supermercado ou restaurante fast food, que estão sempre contratando.  Os 'survivals jobs' são menos exigentes.

Por ora é só.  Tirando o frio (hoje de -9 C e da neve que se acumula na minha porta de entrada) a adaptação está bem melhor do que eu pensava.  So far so good.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

NO CANADÁ TAMBÉM TEM ENROLATION (E UMA BRASILEIRA BARRAQUEIRA)

Esse post é apenas para mostrar pra todo mundo (e pra mim principamente, que vinha, até então, deslumbrada com o nível de organização do país e da honestidade de seu povo) que aqui também tem defeitos.  Yep.  Pessoas sabidinhas e que querem te passar pra trás, ao que parece, tem em todo e qualquer lugar.  O pior disso tudo é que acabamos ficando com um certo preconceito com toda uma nação, com outras pessoas da mesma nacionalidade ou região do globo que nada tem como o ocorrido.  Me explico. 

No último post falei da arrumação da casa, das compras, das lojas, toda orgulhosa de mim mesma (e do maridão) do nosso produto final.  Não coloquei foto do quarto de visitas simplesmente porque este ainda está sem cama.  Era essa a nossa última aquisição (até as garage sales, que geralmente ocorrem por aqui no final de março, início de abril, junto com a primavera). Estávamos com relativa pressa, já que meus pais estarão chegando no dia 12 de fevereiro com as crianças.  Olhamos algumas lojas, pesquisamos preços.  Vimos no tal do Kijiji algumas lojas menores que vendem móveis a preços relativamente mais baratos e lá fomos nós.  Era uma loja de produtos bastante caros, a meu ver, de madeira maciça, e de muito mal gosto.  Poltronas enormes, com cabeceira de madeira rebuscada, almofadas douradas e coloridas, conjuntos de sofá gigantescos que pareciam saídos de palácios indianos.  A única cama basica, lisa, discreta nós compramos.  O vendedor,  na última quinta-feira, nos garantiu que poderíamos passar pra pegar nesta terça (depois dele ter dito que tinha em estoque, mas tudo bem).

Voltamos na terça no depósito para buscar nosso bendito móvel (porque a entrega nos custaria 70 dólares) e o funcionário, com o inglês mais macarrônico possível ,disse que não tinha chegado, sugerindo que voltássemos em uma semana.  Resultado: disse que ia levar naquele dia de qualquer jeito, já que o único motivo de eu ter comprado a cama era o prazo pequeno para pegá-lo, que nos tinha sido garantido a chegada na terça-feira, que me confirmaram que eu não precisava nem ligar, que isso, que aquilo.  Disse ainda que não poderia esperar mais, já que eu teria visitas vindo do Brasil chegando no sábado, e que só sairia de lá com minha cama.

O rapaz ligou para alguém que deveria ser o dono da loja, que imediatamente foi até lá onde estavámos (e que era um outro endereço).  Voltou a dizer que foi problema com o frete, que o navio não tinha chegado e que não tinha mais o produto ali.  Quando me viu, por fim, irredutível, foi lá dentro e, sem dar qualquer outra explicação, me entrega uma caixa  falando que ali estava a cama.

Me senti toda orgulhosa de ter lutado pelos meus direitos mas, infelizmente, o problema apenas tinha começado.  Chegando em casa, maridão foi logo falando que a caixa já tinha sido aberta, pois estava com fita por todos os lados.  Enfim, a conclusão que chegamos foi que alguém devolveu pelo mesmo motivo que a gente queria fazê-lo: estava faltando peças!!! Impossivel o uso.  Precisei fazer duas ligações naquele dia (a loja já estava fechando, eram 18:30 h), com a promessa de resolverem na primeira hora do dia.  Liguei mais quatro vezes no dia seguinte e falei com três pessoas diferentes, repetindo novamente a estória e sendo, novamente, solicitada a aguardar uma ligação.

NINGUÉM ME LIGOU!!! Cada um dizia uma coisa diferente, mas era sempre a desculpa do navio que chegaria no sábado (e sabe-se-lá Deus se eu teria a minha tão sonhada caminha depois disso!!!).  O indivíduo do outro lado da linha, nesta altura, quando eu falava alto dizendo estar muito puta da vida com a situação e o mal estar causado me dizia apenas que eu não poderia fazer nada a não ser aguardar e que não teria o meu dinheiro de volta. PUTZ!!!  XINGAR EM OUTRO IDIOMA QUE NÃO O SEU É HORRÍVEL!!!

CADÊ O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, FOR GOD'S SAKE?? Senti saudades do meu país, eu juro.  Nessa situação saberia exatamente o que fazer, conseguiria invocar artigos de lei e ameaçaria abrir uma reclamação no PROCON.  Ou seja: a chata de plantão.  Mas aqui??? O que é que me protege? Foi possível retornar um abajur ao IKEA, sem qualquer burocracia, pelo simples motivo de termos quebrado tentando montar e não posso devolver uma cama faltando peças???

Acho que enchi tanto o saco do cara que ele ficou doido para se livrar de mim (e eu dele) que, por fim, me disse: ok, pode trazer o móvel de volta que devolvemos seu dinheiro.  Maridão tinha dito que ele que viesse buscar mas, como tínhamos certeza de que isso seria inócuo, em 20 minutos entramos pela segunda e última vez lá.  Trinta minutos depois já compramos outra cama e, finally, tenho a tranquilidade de não colocar um casal de senhores dormindo no chão frio.

E, depois disso, estou com as barbas de molho.  Voltei a ser brasileira.  Confio desconfiando e sempre achando que o outro quer bancar o espertinho comigo.  Fazer o quê? Foram mais de três décadas vivendo assim, sendo suficiente uma má experiência reativar comportamentos antigos!! E, antes que me esqueça, a loja é essa daí:    
Kijiji: Queen Bed $165, Queen Mattress $199, 3Pcs Sofa set $899 & more


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A CHEGADA E O ALUGUEL: PERAMBULANDO POR AÍ


Isso aqui já serve, de antemão, para quem está vindo e tem olhado os sites maravilhosos como o Kijiji  e o Rentfaster.  Sempre que tinha tempo, quando estava no Brasil, dava uma fuçada na internet, principalmente neste último, e ficava namorando cada casa que via.  Olhava as distâncias dos centros comerciais, supermercados, transporte público, olhava a metragem (e convertia de pés quadrados para metros) e me via morando em cada uma delas. Mas não.  Nada disso funciona.  Mandei v-á-r-i-a-s mensagens.  Não recebi qualquer retorno.  Ou melhor, uma alma caridosa me retornou dizendo que já tinha alugado (pelo nome era chinês ou algo parecido) e me desejou boas vindas.  Lindo.  Mas não funcionou, pois a tão sonhada casa só pôde ser vista ou mapeada por aqui.
A província de Alberta é o irmão rico do Canadá.  As pessoas estão vivendo uma espécie de euforia coletiva, achando que as oportunidades de emprego estão por aqui, que a vida aqui é melhor, blá blá blá.  Mas isso significa que tem havido uma espécie de migração interna pra cá, e que, com isso, as ofertas de casa para alugar estão escassas para a quantidade de gente que está procurando.  Eu, ansiosa do jeito que sou, cada casa que via queria ficar, com medo de me tornar uma sem teto.  GENTÉM, pasmem.  Para quem ainda não está aqui, isso causa estranhamento, mas quem escolhe o inquilino é o proprietário.  Ele marca horários pertos para cada potencial inquilino e mostra a casa.  Encontrar outras pessoas interessadas no mesmo imóvel que você, preenchendo a ficha de ‘proposta’, dando referências e informando o salário anual é desesperador.  Não temos renda, não temos (quase) nenhuma referência (MUITO OBRIGADA Patrícia, Vanessa e Michelle).  Resultado: eu retornava algumas ligações após a visita, para mostrar meu interesse e... “muito obrigada, mas já aluguei”.
Marido é muito mais tranquilo do que eu e sempre achou que a nossa ia chegar.  Eu não via muitas opções de casa, pois todas tinham um porém (apenas um banheiro, piso de carpete, longe do ponto de ônibus, pequena, velha...) mas estava no ponto de querer a que me quisesse.  PORQUE CASA AQUI ALUGA MUITO RÁPIDO, GENTE!! Para resumir a estória, conseguimos uma (p-e-r-f-e-i-t-a) uma semana depois de chegarmos.  O proprietário é um fofo, super honesto com a gente, me escolheu duas horas depois de termos visitado a propriedade, me ligou ainda na hora do almoço (estivemos olhando a casa 11 da matina) dizendo: Juliana, a casa é sua (êêê).  Ainda brincou comigo falando que eu deveria pagar aos meus amigos por eles terem dado tão boas referências minhas.  Galera, eles checam mesmo.  Ainda que seus amigos sejam imigrantes, brazucas como você, isso não faz tanta diferença.  Estando no Canadá há algum tempo, sendo pessoas direitas (ou, ao menos, aparentemente direitas, haha), não rola o preconceito.  Nessa cidade que vivo Canadian é coisa rara, igual a passarinho no inverno.
Alguns comentários, porém.  Tati, casa mobiliada não existe praticamente.  Você vai ter que alugar uma casa purinha como a nossa (todas tem geladeira, lava louça e laundry), ir no IKEA, no kijiji e mobiliar.  Tudo estilo faça você mesmo.  Como viemos sem meninos, pensando no perrengue inicial, foi menos difícil.  Afinal, o frio é muito. Descobri, quando cheguei, que ninguém muda no inverno.  Mas um motivo para a escassez de imóveis, já que os alugueis são feitos, geralmente, por um período de um ano.  Mas, cara, foi uma semana saindo de oito da matina até sete da noite comprando, pesquisando, comparando.  Dormindo meia noite com regra, apertando parafuso, montando móveis.  O programado era deixar tudo prontinho uns cinco dias antes dos pimpolhos chegarem para, a partir daí, podermos pesquisar as escolas.
O carro também ajudou.  Tudo, tudinho mesmo, entrou na nossa Caravan.  Tudo foi carregado por maridão e por mim.  Mesa, cama, colchão, sofá.  Não é fácil.  É um verdadeiro trabalho de equipe, viu?  Para quem está vindo e tem filhos maiores (acima de 12 anos), o problema é menos pior.  Possível deixar as crianças em casa, no homestay ou no hotel que ficarem, para rodar por aí.  No nosso caso, com Tom, de 2,5 anos, era impossível.  Além disso, se colocássemos as crianças no carro não caberiam os móveis.  Resumindo: foi o melhor para todos!
Outra coisa que aprendemos.  A galera aqui é muito honesta.  Compramos alguns (poucos) móveis usados, negociado pela internet, no kijiji.  Se te falarem que está em bom estado de conservação, acreditem. A cama  das crianças, por exemplo, que íamos comprar no IKEA, acabei achando usado, de uma família de imigrantes do Cazaquistão, pagando menos da metade do preço.  Ele me disse que ela estava, em termos de aparência, 6/10.  Mas me mandou fotos e o resultado é essa beleza daí: na minha concepção, 9,5/10.  Quase perfeito!!
Também não vimos nenhuma casa porcaria.  Ninguém nos mostrou nada inabitável.  Em todas que vi eu moraria, sem problemas.  O estado de conservação de todas elas me surpreendeu.  Claro que tem uma questão de gosto também, e isso, sim, fazia diferença.  Papel de parede extravagante em cozinha, armários de mal gosto, cor do carpete.  Mas, como disse antes, sempre gostava da última que estava visitando e, por mim, escolhia sempre qualquer delas. Last but not least.  Quase todos os imóveis por nós visitados eram de chineses.  Fazer negócio com eles é infinitamente mais difícil.  Me pareceu que eles tinham mais preconceitos conosco, recém chegados, do que os canadenses.  Chegamos até mesmo a oferecer três meses de caução (quando o padrão é apenas um), para tirar a cara amarrada de uma das proprietárias, do tipo ‘hum, vocês não têm emprego? ...Além disso, outra coisa que nos impressionou, e que não é incomum por aqui.  Os proprietários podem ter acesso a alguns espaços da casa, desde que estipulado em contrato.  Cara!!! Tem uma galera que tem muita tralha!! Tanta mesmo que usam a garagem para acumular tranqueira, estacionando o carro, em pleno inverno, do lado de fora.  Ou tem um basement lotado de tudo que você possa imaginar, e te aluga a casa sem o porão, ou sem a garagem.  Tivemos a proposta, de uma casa bacana, até, de dividirmos a garagem com a proprietária, que ia se mudar de cidade mas queria deixar um carro velho e uns apetrechos de um restaurante chinês que possuía guardado.  Isso depois de muito insistirmos de que sem a garagem não alugaríamos, pois não iria deixar o carro ‘tomando frio’ na frente de casa, como ela sugeriu.
Então, povo, é isso.  Também fizemos exigências, também colocamos os limites do que flexibilizaríamos ou não.  E deu certo.  Agora, para alugar uma casa, não dá pra pensar muito.  Os trâmites são rápidos mesmo.   Gostou, faça a proposta.  Caso contrário, outro vem e fica com ela.  Como os aluguéis são por um prazo mais curto do que no Brasil, principalmente porque depois de um ano, já estabilizados, muitos imigrantes já compram a sua própria (já que basta 5% do valor desta para dar de entrada, com juros praticamente em 0%), você se mudará mais cedo ou mais tarde, anyway, não precisa esperar.  Deixa para pensar a longo prazo quando você estiver adquirindo o seu lar.  E, boa notícia para todos nós: o preço dos imóveis residenciais, no Canadá, está caindo em torno de 20% (e continuará baixo nos próximos anos!!!).

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

TIRANDO O MOFO DO BLOG: NOTÍCIAS E DICAS CANADENSES

Depois de 15 dias em solo canadense, com internet e televisão (e cama e teto pra morar) eis que eu finalmente consigo algumas horas embaixo do edredon para escrever.  Esses dias foram bastante atribulados.  Fora toda a questão de documento (são muitos, pois recomeçar a vida não é fácil, né?), tivemos que comprar carro para começar a reiniciar a vida.  Para quem pensa em vir para Calgary, para morar ou a passeio, fica um alerta: sem carro não dá! A cidade é e-nor-me! Não de números de habitantes, pois tem menos da metade de nossa querida Salvador, mas de extensão.  Segundo o vendedor de carros da concessionária, é a segunda maior da América do Norte.  Não sei se a informação é verídica, mas de um quadrante a outro da cidade percorremos, facilmente, 25 a 30 kilômetros.  Além disso, não é tão bem servida de transporte público como outros centros (Vancouver, Toronto), tendo apenas duas linhas de metrô de superfície que corta a cidade ao meio e se encontra em downtown.  Mas, mais uma vez, para quem veio das grandes metrópoles brasileiras, o referencial é outro.  Incomparável, organizado, pontual, integrado com as linhas de ônibus.  Mas estamos no inverno, dias de – 22 C, longas distâncias para percorrer, uma casa para mobiliar.  Como tudo aqui é estilo faça você mesmo (e cada móvel para entregar custa cerca de 70 dólares),um carro (grande) foi mesmo prioridade.  Enfim, tudo resolvido.  Mas vamos por partes.
Para os que estão de mudança para o Canadá, ai vão as primeiras dicas. 
1) NÃO ABRA SUA CONTA NO HSBC!!! Melhor opção é vir com dinheiro (ou travel check) e abrir, tão logo chegue por aqui, uma conta em banco local.  Elegemos o Scotia Bank, pois não tem qualquer burocracia com os newcomers, te oferecem serviço de qualidade (so far so good) e, ainda por cima, cartão de crédito sem anuidade e custo zero de serviços bancários durante o seu primeiro ano.  Pedimos o aumento do limite do cartão de crédito (bandeira visa) e foi atendido de imediato.  Tudo que precisamos foi deixar o valor do limite que excedeu ao autorizado inicialmente ($ 3000 dólares) bloqueado.  Sei que isso é chato, mas aprendi no primeiro dia de vida canadense que sem crédito você não é ninguém. 
 Como tínhamos transferido (tentado, na verdade, pois passamos mais de uma semana aqui sem dinheiro pelo mesmo não ter chegado pelo HSBC), demoramos para abrir a conta do SB e, mais ainda, de fazer o cartão de crédito.  Resultado: a menos que estejam dispostos a pagar 6% de IOF no uso do seu cartão brasileiro, o melhor mesmo é pagar tudo a vista, cash.  Uma pena, claro.  Mais difícil de administrar o dinheiro, menos operações para contar no seu histórico de crédito canadense, menos milhas.  Em suma, banco local e cartão de crédito são prioridades número um!
 2) Fazer carteira de habilitação internacional.  Gente, para quem pretende comprar um carro aqui no Canadá, o seguro de carro é obrigatório.  Não se tira um veículo de uma loja se ele não estiver segurado.  E o seu preço varia não apenas de acordo com o modelo do carro e o ano, mas pela quantidade de motoristas e, o que é pior, pelo seu histórico enquanto tal.  Mais uma vez, como recém chegado, não temos nada que comprove que não somos assassinos no trânsito.  Então o resultado é: seu seguro vai para as alturas.  A menos que tenham uma carta da sua seguradora no Brasil, ou a carteira de habilitação internacional, vai pagar muito.  Pelo menos o dobro do que lhe custaria.  Consegui um preço ótimo pelo seguro do carro, depois de muito pesquisar (porque a maioria vai lhe pedir uma carteira de motorista da província de Alberta, que pode ser tirada até 90 dias após o landing), que, ainda por cima, tem preços especiais a depender da sua categoria profissional (10% para advogados) mas, na hora de fechar o contrato, não tinha a bendita carteira internacional.  Me ferrei!! Só me restou estudar assim que der para aplicar para a carteira provincial, na esperança de pagar menos nisso...
 3) muito cuidado com o tamanho (e peso) das suas malas antes de sair do Brasil.  Voamos pela AIR CANADA, com o trecho Salvador – Guarulhos pela TAM.  Super recomendo tudo, o serviço ótimo, o voo tranquilo.  Mas tivemos problemas, ilógicos a meu ver, no embarque das nossas caixas.  Compramos caixas exatamente do tamanho permitido para o embarque, na tentativa de melhor aproveitamento do limite.  Tudo ok até aí.  Pesamos em balança doméstica, o que já deu, em todas as quatro caixas, uma diferença de quatro quilos em cada uma.  Além disso, optamos por pagar excesso mesmo em uma delas, que não estava com os 32 quilos permitidos, mas com 38.  Refazer nos custaria mais do que pagar os seis quilos extras.  Afinal, teria que abrir as demais, que já estavam lacradas, para redistribuir o peso.   
SURPRESA!!! Nesta mala tivemos 10 quilos de excesso.  Em todas as outras, 4.  Mas o pior foi o seguinte: quando falamos que pagaríamos todo o excesso, a topeira do check in da Tam disse que a companhia aérea cobrava não pela quantidade de quilos a mais em cada mala, mas por peça.  Isso significa que teríamos que transformar as quatro peças em cinco.  Como fazer isso??? Perguntamos a ela e informamos da impossibilidade de cumprirmos com o sugerido, já que ninguém leva uma mala reserva vazia para o saguão do aeroporto, né? E informamos, por fim, que pagaríamos uma peça a mais, ainda sem transportá-la.  É claro que não foi aceito, pois isso poderia dar problemas para a companhia, uma vez que eles estariam atestando que viajei com cinco volumes, enquanto eu chegaria no destino com apenas quatro.  SURREAL!!
Muitos minutos depois, após conversa com o superior muita adrenalina, fomos liberados, tendo o funcionário ‘atestado’ que viajávamos com malas de 32 quilos cada.  Tudo bem que trouxemos vinte quilos a mais do que o permitido,o que, para quem tá de mudança de país, faz toda a diferença.  Mas o custo emocional disso foi alto, o que me faz registrar como uma dica de viagem.  Além de ter me causado surpresa, claro, pois de todas as informações por mim lidas, essa, com certeza, não estava na lista.  As regras mudaram ou nenhum brasileiro imigrante passou por isso??
 Por hoje é só.  O post ficou maior do que eu gostaria, e não falei um décimo do que temos de informações e notícias iniciais.  Enquanto os filhotes não chegam (e o marido trabalha todas as manhãs) vou tentando atualizar o blog com o que posso.  Prometo mais três posts essa semana (ops!!).  Me aguardem!!