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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A CHEGADA E O ALUGUEL: PERAMBULANDO POR AÍ


Isso aqui já serve, de antemão, para quem está vindo e tem olhado os sites maravilhosos como o Kijiji  e o Rentfaster.  Sempre que tinha tempo, quando estava no Brasil, dava uma fuçada na internet, principalmente neste último, e ficava namorando cada casa que via.  Olhava as distâncias dos centros comerciais, supermercados, transporte público, olhava a metragem (e convertia de pés quadrados para metros) e me via morando em cada uma delas. Mas não.  Nada disso funciona.  Mandei v-á-r-i-a-s mensagens.  Não recebi qualquer retorno.  Ou melhor, uma alma caridosa me retornou dizendo que já tinha alugado (pelo nome era chinês ou algo parecido) e me desejou boas vindas.  Lindo.  Mas não funcionou, pois a tão sonhada casa só pôde ser vista ou mapeada por aqui.
A província de Alberta é o irmão rico do Canadá.  As pessoas estão vivendo uma espécie de euforia coletiva, achando que as oportunidades de emprego estão por aqui, que a vida aqui é melhor, blá blá blá.  Mas isso significa que tem havido uma espécie de migração interna pra cá, e que, com isso, as ofertas de casa para alugar estão escassas para a quantidade de gente que está procurando.  Eu, ansiosa do jeito que sou, cada casa que via queria ficar, com medo de me tornar uma sem teto.  GENTÉM, pasmem.  Para quem ainda não está aqui, isso causa estranhamento, mas quem escolhe o inquilino é o proprietário.  Ele marca horários pertos para cada potencial inquilino e mostra a casa.  Encontrar outras pessoas interessadas no mesmo imóvel que você, preenchendo a ficha de ‘proposta’, dando referências e informando o salário anual é desesperador.  Não temos renda, não temos (quase) nenhuma referência (MUITO OBRIGADA Patrícia, Vanessa e Michelle).  Resultado: eu retornava algumas ligações após a visita, para mostrar meu interesse e... “muito obrigada, mas já aluguei”.
Marido é muito mais tranquilo do que eu e sempre achou que a nossa ia chegar.  Eu não via muitas opções de casa, pois todas tinham um porém (apenas um banheiro, piso de carpete, longe do ponto de ônibus, pequena, velha...) mas estava no ponto de querer a que me quisesse.  PORQUE CASA AQUI ALUGA MUITO RÁPIDO, GENTE!! Para resumir a estória, conseguimos uma (p-e-r-f-e-i-t-a) uma semana depois de chegarmos.  O proprietário é um fofo, super honesto com a gente, me escolheu duas horas depois de termos visitado a propriedade, me ligou ainda na hora do almoço (estivemos olhando a casa 11 da matina) dizendo: Juliana, a casa é sua (êêê).  Ainda brincou comigo falando que eu deveria pagar aos meus amigos por eles terem dado tão boas referências minhas.  Galera, eles checam mesmo.  Ainda que seus amigos sejam imigrantes, brazucas como você, isso não faz tanta diferença.  Estando no Canadá há algum tempo, sendo pessoas direitas (ou, ao menos, aparentemente direitas, haha), não rola o preconceito.  Nessa cidade que vivo Canadian é coisa rara, igual a passarinho no inverno.
Alguns comentários, porém.  Tati, casa mobiliada não existe praticamente.  Você vai ter que alugar uma casa purinha como a nossa (todas tem geladeira, lava louça e laundry), ir no IKEA, no kijiji e mobiliar.  Tudo estilo faça você mesmo.  Como viemos sem meninos, pensando no perrengue inicial, foi menos difícil.  Afinal, o frio é muito. Descobri, quando cheguei, que ninguém muda no inverno.  Mas um motivo para a escassez de imóveis, já que os alugueis são feitos, geralmente, por um período de um ano.  Mas, cara, foi uma semana saindo de oito da matina até sete da noite comprando, pesquisando, comparando.  Dormindo meia noite com regra, apertando parafuso, montando móveis.  O programado era deixar tudo prontinho uns cinco dias antes dos pimpolhos chegarem para, a partir daí, podermos pesquisar as escolas.
O carro também ajudou.  Tudo, tudinho mesmo, entrou na nossa Caravan.  Tudo foi carregado por maridão e por mim.  Mesa, cama, colchão, sofá.  Não é fácil.  É um verdadeiro trabalho de equipe, viu?  Para quem está vindo e tem filhos maiores (acima de 12 anos), o problema é menos pior.  Possível deixar as crianças em casa, no homestay ou no hotel que ficarem, para rodar por aí.  No nosso caso, com Tom, de 2,5 anos, era impossível.  Além disso, se colocássemos as crianças no carro não caberiam os móveis.  Resumindo: foi o melhor para todos!
Outra coisa que aprendemos.  A galera aqui é muito honesta.  Compramos alguns (poucos) móveis usados, negociado pela internet, no kijiji.  Se te falarem que está em bom estado de conservação, acreditem. A cama  das crianças, por exemplo, que íamos comprar no IKEA, acabei achando usado, de uma família de imigrantes do Cazaquistão, pagando menos da metade do preço.  Ele me disse que ela estava, em termos de aparência, 6/10.  Mas me mandou fotos e o resultado é essa beleza daí: na minha concepção, 9,5/10.  Quase perfeito!!
Também não vimos nenhuma casa porcaria.  Ninguém nos mostrou nada inabitável.  Em todas que vi eu moraria, sem problemas.  O estado de conservação de todas elas me surpreendeu.  Claro que tem uma questão de gosto também, e isso, sim, fazia diferença.  Papel de parede extravagante em cozinha, armários de mal gosto, cor do carpete.  Mas, como disse antes, sempre gostava da última que estava visitando e, por mim, escolhia sempre qualquer delas. Last but not least.  Quase todos os imóveis por nós visitados eram de chineses.  Fazer negócio com eles é infinitamente mais difícil.  Me pareceu que eles tinham mais preconceitos conosco, recém chegados, do que os canadenses.  Chegamos até mesmo a oferecer três meses de caução (quando o padrão é apenas um), para tirar a cara amarrada de uma das proprietárias, do tipo ‘hum, vocês não têm emprego? ...Além disso, outra coisa que nos impressionou, e que não é incomum por aqui.  Os proprietários podem ter acesso a alguns espaços da casa, desde que estipulado em contrato.  Cara!!! Tem uma galera que tem muita tralha!! Tanta mesmo que usam a garagem para acumular tranqueira, estacionando o carro, em pleno inverno, do lado de fora.  Ou tem um basement lotado de tudo que você possa imaginar, e te aluga a casa sem o porão, ou sem a garagem.  Tivemos a proposta, de uma casa bacana, até, de dividirmos a garagem com a proprietária, que ia se mudar de cidade mas queria deixar um carro velho e uns apetrechos de um restaurante chinês que possuía guardado.  Isso depois de muito insistirmos de que sem a garagem não alugaríamos, pois não iria deixar o carro ‘tomando frio’ na frente de casa, como ela sugeriu.
Então, povo, é isso.  Também fizemos exigências, também colocamos os limites do que flexibilizaríamos ou não.  E deu certo.  Agora, para alugar uma casa, não dá pra pensar muito.  Os trâmites são rápidos mesmo.   Gostou, faça a proposta.  Caso contrário, outro vem e fica com ela.  Como os aluguéis são por um prazo mais curto do que no Brasil, principalmente porque depois de um ano, já estabilizados, muitos imigrantes já compram a sua própria (já que basta 5% do valor desta para dar de entrada, com juros praticamente em 0%), você se mudará mais cedo ou mais tarde, anyway, não precisa esperar.  Deixa para pensar a longo prazo quando você estiver adquirindo o seu lar.  E, boa notícia para todos nós: o preço dos imóveis residenciais, no Canadá, está caindo em torno de 20% (e continuará baixo nos próximos anos!!!).

7 comentários:

  1. Parabeeeens! Ficou tudo lindo! A cabana está o maximo!
    Felicidades para vcs aí!

    Abs da Dupla

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  2. Parabéns Juliana! Nossa que sufoco! Ficou uma graça sua casa.
    Estava lendo seus posts e ainda vou entrar no processo, gostaria de saber onde vc fez o preparatório para o IELTS? Foi tranquila a prova?
    12/02/2011 - Inicio do curso preparatório para o IELTS;
    16/04/2011 - Prova do IELTS;

    Agradeço, Abraço

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    1. oi, Izabel
      realmente não postei informações do processo do IELTS, do curso preparatório e da prova em si. Acontece que o blog ainda não existia na ocasião e foi somente depois que colocamos o timeline. Não sei se te serve a minha experiência, pois fiz o curso na Cultura Inglesa, em Salvador. O curso teve duração de 8 semanas, com um encontro semanal de três horas de duração, e foi unicamente para ajudar a resolver a prova. Ou seja, nada de melhorar vocabulário, treinar gramática, etc. O professor era canadense e parecia ter muita experiência com o exame, fazia às vezes de avaliador, dava notas e seguia estritamente o tempo do teste. Valeu super a pena. Não apenas para treinar, mas principalmente para diminuir ansiedade e desmistificar o IELTS. Ele não é fácil, e, na minha opinião, é uma avaliação bem mais completa e contextualizada do que o Toefel, por exemplo. Se puder, se tiver tempo e dinheiro, e encontrar um curso direcionado para o IELTS, faça. Eu quis me precaver, pois não queria adiar minha application por mais de três meses por conta de um ou dois pontos a menos no exame.
      boa sorte e qualquer dúvida, pode escrever de novo, ok?
      bjs

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  5. Oi Juliana muito obrigada!
    Vi a cultura inglesa aqui da minha cidade mas não fazem o preparatório =(
    Morei 6 meses na Holanda e continuo com aulas particulares de inglês, mas fico insegura, não acho que é suficiente.
    A não ser que eu fizesse ao teste, o que pode acontecer é ficar triste com a nota, por outro lado vou saber onde melhorar. Seria perfeito se conseguisse 6,5 em todos, mas ficarei feliz com 5,0.

    Agradeço muito.
    Não gosto de carnaval e não sei se há feriado aí, de qualquer forma bom carnaval!
    Um abraço

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  6. Bom dia, Juliana, tudo bem?
    Eu e meu marido estamos passando por algo muito parecido. Será que poderia nos ajudar? Procurei seu email aqui no blog mas nao achei.
    Se puder entrar em contato, por favor, nos daria uma luz. Meu email é biapissardo@gmail.com

    Beijos!

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